quinta-feira, 29 de abril de 2010

Estamos a nos conhecer

Duas pessoas não podem ser ver.
Apenas a primeira.A outra apenas reconhece o olhar.

E foi assim:

Um fingia que via e o outro que reconhecia.
Os outros olhares quase nunca eram percebidos
até que muito depois um braço quase que rente
ao corpo do outro infringiu o primeiro limite.

E foi assim:

Um toque, toque atravessado como beijo roubado
no tempo da escola que não volta. Só fica.
E veio o convite ao conhecimento da intimidade,
que vai nascendo entre dois corpos como figueira.

E será assim:

Enquanto crescer, padecer e morrer.

Depois não saberemos, ainda estamos a nos conhecer.

Um comentário: