sábado, 12 de fevereiro de 2011

Gosto sem gosto.

Cigarro aceso na boca dos outros, sandália nas mãos do desconhecido e goles de água que arde. Foi assim que sai para ver o sol de noite.  Eram quase duas da manhã e ainda havia muita noite naquelas horas. Era preciso dançar um pouco, esquecer de tudo e lembrar que o amanhã nasceu ontem. Havia gente sorrindo e eu assistia a vida passando como se fosse um filme sem legenda. Alguns riam dos outro  e outros de si.  Já fui mais vagabundo e tenho apreço em recordar, me rendem boas histórias na mesa de bar, só lá. Nunca torci por nenhum time, pra falar verdade nem gosto de futebol, mas adoro ver o povo gritando alucinadamente por algo tão apaixonante para alguns. Afinal, torcer também é crer.

 Já trabalhei na cozinha de um restaurante e adorava imaginar o quê significava “aquele” momento para os clientes.  Um pedido de casamento, reconciliação, encontro de amigos, fechamento de negócios ou simplesmente encher o bucho. Lembro com saudade da manteiga francesa escorrendo na caçarola  e toda a correria que de forma alguma podia transpor a porta do salão. Trabalhei na noite por algum tempo, que eu me lembre foram 10 meses. Talvez o bastante para perder o gosto por ela, caso ela não tenha muito sabor.

E eu gosto de gosto.  


Pires

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