sábado, 17 de julho de 2010

Esse frio deixa alguma lição...

Esse final de semana não foi fácil.
Aqui nessa pequena janela de devaneios não cabe um artigo. Apenas o desabafo de um cidadão compadecido, estremecido e entristecido com a realidade que bateu.
Sou filho de boa família, não de muitas riquezas, mas também não de poucas.
Meu pai nasceu entre cafezais, minha mãe no seringal e outra mãe (fato que muito me orgulha de ter duas mães) nasceu no milharal.
Cresci entre dois mundos do qual aprendi muito a gostar de gente, mas durante todo esse fim de semana veio um frio e logo uma vontade de comprar vinhos, sair com os amigos e comemorar. E de fato fiz tudo isso e não posso negar, mas também não posso negar e propagar o pequeno ato de sensibilidade de Adailton Neto, que me levou a pensar.
Tudo começou como uma manifestação pacata e tímida pelas redes sociais. Logo começaram os telefones, encontros e doações. E quando pude perceber, de verdade. Quando pude de verdade perceber estava ali, com uma órfã de mãe em meus braços. Senti-me um lixo, por não ter condição de ajudar mais e senti vergonha de nunca mais ter voltado ali para me doar aos os outros. Quando veio a noite tentei disfarçar. Durante o dia tentei esconder, mas quando me peguei sozinho, decidi desabafar. Como somos escrotos, putos e farristas. Sim eu e metade desses que estão lendo cada palavra desse texto e repudiando meu tormento. Bom na verdade não quero dar lição de moral em ninguém. Não cabe a mim essa maldade, mas cada vez mais estou aprendendo que de verdade. No final de tudo:

O mais importante será sempre as pessoas e nada mais.

2 comentários:

  1. Caridade, ajudar o próximo são exercícios que deveriam ser parte da nossa rotina como escovar os dentes. Passei por este tormento também. Estava ajudando uma casa lar de meninos, mas os problemas, as provas da faculdade, meu filho doente e um pouco de uma vergonhosa preguiça de me levantar da cama pra ajudar alguém, já que podia dormir um pouco mais.
    Na casa lar tem um menino que na última visita partiu meu coração. Quando ia embora, não o vi, então não me despedi dele. Já tinha arrancado o carro quando ele apareceu no portão vermelho e sem ar de tanto correr e gritou "Te amo tia, tchau".
    A carência e a necessidade de afeto são latentes. Vejo que lá eles tem comida, educação e segurança num nível que seus pais jamais conseguiriam lhe oferecer. Mas o carinho, o afeto, o referencial eles não tem. Eles são ao mesmo tempo uma grande família e um grupo sem família.
    Vai chegar o dia em que não terei preguiça de me levantar. Que ouvir um obrigado, ver um sorriso no rosto daqueles meninos vai ser mais importante que 1h a mais de sono. Mas esse tipo de atitude vem com a maturidade. Não se exija demais, faça o que pode, na medida da sua disponibilidade. O importante é que seja de coração.

    ResponderExcluir
  2. se doar ao próximo, máximo ensinamento de um grande iluminado.

    ResponderExcluir